São Lourenço - Diácono e Mártir
10 de agosto
“Louvamos teu martírio, Lourenço, Santo irmão, pedindo que
da igreja escutes a oração.” (Liturgia das horas).
No livro dos
Atos dos Apóstolos, no capítulo 6, vemos a preocupação dos mesmos quanto ao
crescimento do número dos discípulos, convocaram uma reunião e expuseram suas
angústias, dizendo: “Não é razoável que abandonemos a palavra de Deus para
administrar.” (Servir as mesas), pois muitos dos discípulos gregos queixavam-se
que suas viúvas, estavam sendo esquecidas e negligenciadas pelos hebreus.
Foram escolhidos
entre os irmãos, homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria, para administrar o cuidado com os pobres, órfãos e viúvas ... Ou
seja o tesouro precioso do Senhor.
Estes homens foram
chamados de Diáconos.
O patrono dos
Diáconos
Astro de primeira
grandeza brilha o nome de São Lourenço no firmamento da Igreja Primitiva.
O nome Lourenço é o mesmo que Laureamtenens, querendo dizer
“Coroa feita de Louro”, como a que antigamente os vencedores recebiam após suas
vitórias. Lourenço obteve a vitória em sua paixão.
Assim como o Pé de
louro, ou seja suas folhas servem para dissolver cálculos, curar infecções dos
ouvidos e evitar raios, Lourenço quebra o coração endurecido, devolve a audição
espiritual e protege os condenados de injustas sentenças.
O Diácono Lourenço, de Origem espanhola, foi levado a Roma
pelo bem-aventurado Sisto II, em Roma nosso Diácono foi incubido de administrar
os bens da Igreja e socorrer os pobres que eram mantidos pela mesma.
O cruel Imperador Valeriano, determinou uma acirrada
perseguição a Igreja, seus bispos, sacerdotes e diáconos, e uma das primeiras
vítimas foi o Papa Sisto II, este sofreu o martírio em 258. Lourenço
acompanhou-o até o lugar do suplício, e com os olhos marejados de lágrimas
disse-lhe: “Meu pai, para onde vás sem vosso filho? Para onde o Santo Padre,
sem o vosso diácono? Jamais oferecestes o sacrifício, sem que eu vos
acolitasse? em que vos desagradei? Encontrastes em mim alguma infidelidade?”
O Papa, comovido com estas palavras de dedicação filial,
respondeu: “Não te abandono, meu filho! Deus reservou-te provação maior e
vitória mais brilhante, pois és jovem e forte; velhice e fraqueza fazem com que
tenham pena de mim; daqui a três dias me seguirás.” Tendo assim falado, deu ao
jovem diácono instruções sobre os tesouros da Igreja, aconselhando que os
repartisse entre os pobres.
Lourenço atento a solicitação do Santo Padre, procurou todos
os pobres, viúvas e órfãos da Igreja e entre eles repartiu o dinheiro que
havia. Objetos de outro, prata, como pedras preciosas, vasos sagrados de grande
valor, tudo foi vendido e com o dinheiro sustentou os milhares de pobres da
Igreja.
Quando o prefeito da cidade teve conhecimento dos grandes
tesouros da Igreja e de que Lourenço era o administrador, mandou chama-lo em
sua presença e disse-lhe: “Nada de ti exijo, que não seja possível realizar.
Soube que vossos sacerdotes se servem em vasos de ouro e prata em vossas
celebrações e que usais velas de cera, colocadas em castiçais de ouro. Soube,
também, que vossa Igreja ordena dar a Cesar o que é de Cesar; trazei-me, pois,
todos estes objetos, de que o imperador precisa.” “É verdade, - replicou
Lourenço, - a Igreja é rica, mais rica que o Imperador. Concedei-me o prazo
necessário, e tudo será arranjado em tempo.” O Prefeito supondo tratar-se de
riquezas materiais deu-lhe de boa vontade o prazo de três dias.
Lourenço correndo contra o tempo, foi ao encontro de todos
os pobres, viúvas, órfãos, cegos, surdos, mudos, paralíticos, peregrinos e
desamparados, para que no terceiro dia estivessem todos à porta da Igreja.
No dia e hora marcados, todos em grande multidão, compareceram
à porta da Igreja. Lourenço convidou o Prefeito para inspecionar os tesouros da
Igreja e apontou para a multidão reunida: “Eis os tesouros da Igreja : os
míseros que levam com resignação a cruz de cada dia, carregam o ouro da
virtude; são as almas prediletas do Senhor que valem muito mais que pedras
preciosas.”
O Prefeito vendo-se enganado e iludido, cheio de ódio falou:
“É assim que te atreves a ludibriar as Autoridades Reais Romanas? Miserável! Se
o teu desejo é morrer, pois bem, hás de morrer, mas uma morte longa e cruel.”
Deu a ordem para que Lourenço fosse cruelmente açoitado.
Finalmente mandou que trouxessem uma grelha, que foi posta
sobre brasas.
O Santo foi despido e colocado sobre a grelha incandescente.
Santo Ambrósio escreveu que eu rosto brilhava como um fogo
divino, e de seu corpo exalava um suave perfume que inebriava a todos.
Lourenço demostrava uma paz inigualável; seus lábios
esboçavam um discreto sorriso; e com mansidão disse ao Juiz: “Se desejares,
podeis dar ordem para que me virem, pois já estou bastante assado deste lado!”
O Santo mártir rezava pela conversão de Roma, cidade eterna
regada com o sangue dos apóstolos Pedro e Paulo. Seus últimos momentos foram de
louvor e adoração; era o dia 10 de agosto de 258.
São Prudêncio era da opinião que a conversão de Roma, foi
fruto do martírio de São Lourenço.
São Leão assim expressou seu martírio: “As chamas não
puderam vencer a caridade de Cristo; e o fogo que queimava por fora foi mais
fraco do que aquele que lhe ardia por dentro.”
Que o exemplo de São Lourenço nos inspire sempre a pratica
da caridade verdadeira e perfeita.
Fonte: marcioreiser.blogspot.it